Fortes rajadas de vento estão sendo observadas nesta quarta-feira, 28 de maio, em locais do Sul do Brasil, de Mato Grosso do Sul e de estados do Sudeste por causa dos deslocamento de uma frente fria de forte intensidade. Esta frente fria está trazendo uma massa de ar frio de origem polar intensa, que já causa queda de temperatura muito acentuada em parte do Sul do Brasil e de Mato Grosso do Sul. É uma onda de frio que se espalha sobre o Brasil nas próximas 48 horas.
O grande contraste de pressão atmosférica e de temperatura causado pelo deslocamento desta frente fria intensifica o vento no centro-sul do Brasil. Rajadas de mais de 100 km/h foram observadas em Mato Grosso do Sul.
As fortes rajadas de vento de quase 60 km/h que já ocorreram na cidade de São Paulo, rajadas com um pouco mais de 90 km/h no pico do Couto, na região de Petrópolis, no estado do Rio de Janeiro, e outras rajadas de vento entre 40 km/h e 60 km/h por hora que já foram observadas pelo interior de São Paulo e no Sul do Brasil estão associadas com deslocamento desta potente frente fria.
Ventania continua nesta quinta-feira
Nesta quinta-feira, 29 de maio, com o avanço da frente fria sobre o Sudeste e sobre o Centro-Oeste do Brasil, rajadas de vento moderadas a fortes poderão ocorrer em muitas áreas dos estados dessas duas regiões. Também devem ser observadas rajadas de vento moderadas a fortes em locais de Rondônia e do Acre. Tudo isso está relacionado com o intenso contraste térmico provocado pela forte onda de frio que vem com esta frente fria.

Áreas com risco de vento forte no Sul do Brasil para 29-5-25 (Fonte: Climatempo)
Ciclone extratropical causa ventania nas próximas 24 horas
Mas além do contraste térmico, um ciclone extratropical está em informação na costa do Rio Grande do Sul. Por isso, no decorrer desta quarta-feira e nesta próxima quinta-feira, 29 de maio de 2025, rajadas de vento muito intensas, que podem se aproximar dos 100 km/h, poderão ocorrer no litoral central e norte do Rio Grande do Sul e nas regiões serranas do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina, onde o relevo também é um fator de intensificação da velocidade do vento. O litoral sul gaúcho, o litoral sul de Santa Catarina e outras áreas no leste do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina poderão ter rajadas entre 51 e 90 quilômetros por hora associadas com a proximidade com o ciclone extratropical.
A pior situação, com as rajadas de vento mais intensas, deve ser observada até a manhã desta quinta-feira. No decorrer da tarde de quinta-feira, a velocidade do vento começa a diminuir por causa do afastamento do ciclone extratropical da costa da região Sul.
Velocidade das rajadas de vento
Confira algumas rajadas de vento intensas observadas no Brasil nesta quarta-feira 28 de maio, até por volta das 13 horas. Os dados são do Instituto Nacional de Meteorologia e de aeroportos.
Iguatemi (MS) : duas rajadas com 109 km/h na madrugada de 28 de maio
Pico do Couto/ Petrópolis (RJ): várias rajadas acima de 80 km/h no decorrer da manhã de 28 de maio; as mais intensas alcançaram 94 km/h e 93 km/h
Itaquiraí (MS): 88 km/h
Sete Quedas (MS): 74 km/h
Jaguarão (RS): 71 km/h
São Paulo (SP): várias rajadas entre 50 km/h e quase 70 km/h, com pico de 69 km/h
Curitiba (PR): várias rajadas entre 40 km/h e quase 50 km/h, com pico de 50 km/h
Bagé (RS): várias rajadas entre 50 km/h e quase 60 km/h, com pico de 57 km/h
Rio de Janeiro (RJ): várias rajadas com 42 km/h
Impactos do vento forte
As rajadas de vento durante os dias 28 e 29 de maio de 2025 podem causar vários danos, dependendo da intensidade. Galhos de árvores de médio e pequeno porte poderão ser arrancados. Se estes galhos caírem sobre a fiação elétrica, podem causar problemas de fornecimento de energia. Mas as rajadas intensas, entre 80km/h e 100km/h podem causar danos maiores, como derrubar árvores.
A escala internacional de vento conhecida como escala Beaufort foi originalmente criada pelo irlandês Francis Beaufort (1774-1857), que foi capitão e hidrógrafo na Marinha Real Britânica. Esta escala associa uma velocidade de vento de acordo com o efeito sobre a superfície do mar e nas velas dos veleiros usados na navegação marítima na sua época. Posteriormente foi feita uma correspondência da escala Beaufort para a superfície terrestre.
Veja como é a estimativa da velocidade do vento através dos danos causados em superfície e do estado do mar.

Escala Beauforte de possíveis danos causados pelo vento (Fonte: Climatempo/Cepagri)